Amianto ou asbesto é o termo que designa um grupo de silicatos minerais naturais que podem ser desagregados em fibras. Há diversos tipos de fibras de amianto, como crisótilo, grunerite e crocidolite.
As fibras de amianto apresentam resistência química aos ácidos, baixa condutividade ao calor e electricidade, o que permitiram que fosse utilizado como componente de reforço, isolamento térmico, eléctrico e acústico. Desta forma, o amianto teve imensas aplicações industriais a nível mundial: isolantes térmicos para protecção contra incêndios, coberturas, revestimentos de edifícios, condutas de água, papel, têxteis, cobertores resistentes ao fogo, travões, embraiagens, correias de transmissão, colas… Há alguns anos atrás a minha mãe chegou a usar uma placa de amianto para pousar o ferro de engomar, que lhe foi aconselhada pelo vendedor na loja de electrodomésticos onde comprou o ferro ( a finalidade era proteger o ferro de se riscar).
Hoje em dia sabemos que o amianto é perigoso e que todos os produtos que contém amianto podem libertar fibras.
As fibras respiráveis do amianto apresentam feixes de fibrilas que se separam muito facilmente formando nuvens de poeiras muito finas e imperceptíveis. Estas ficam presentes no ar e são inaladas. Como as fibras são pequenas e finas, atravessam todo o aparelho respiratório e alojam-se no alvéolos pulmonares. As defesas do organismo humano tentam remover ou destruir as fibras de amianto, acabando por revesti-las com uma camada proteica – placas pleurais. A inalação de fibras de amianto pode levar à lesão do tecido pulmonar, dificultando a respiração ou mesmo levar ao desenvolvimento de tumores malignos. As doenças relacionadas com a exposição ao amianto podem eclodir até quatro décadas após a exposição ao amianto.
A Directiva 1999/77/CE de 26 de Julho de 1999 estabeleceu que a partir de 1 de Janeiro de 2005 seria proibida a colocação no mercado e a utilização das fibras de amianto e dos produtos com essas fibras adicionadas intencionalmente.
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:1999:207:0018:0020:PT:PDF
Em Portugal a proibição da utilização de amianto surgiu com a publicação do Decreto-Lei nº 101/2005, de 23 de Junho.
http://dre.pt/pdf1s/2005/06/119A00/39373939.pdf
Tendo sido proibida a utilização de amianto, os riscos associados à exposição ao amianto estão relacionados com as acções de confinamento e retirada do amianto, e intervenções sobre materiais susceptíveis de libertar fibras de amianto. Os riscos prevalecem ainda para a permanência em locais onde ainda existe amianto.
A propósito deste tema, a SIC efectuou uma reportagem no Palácio da Justiça a 3 de Fevereiro de 2010.
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2010/2/obras-de-remocao-de-amianto-no-palacio-da-justica-devem-prolongar-se-todo-o-ano03-02-2010-23480.htm
Tenho ideia que houve até edifícios públicos em Leiria que por terem amianto foram abandonadas até serem realizadas obras.
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