Wednesday, October 13, 2010
O resgate dos mineiros no Chile
Monday, October 11, 2010
Trabalhos de risco elevado - os mineiros portugueses
A poucos dias do resgate dos 33 mineiros, no Chile, o JN foi tentar perceber como se comportariam os mineiros portugueses perante cenário idêntico. Garantiram-nos que a hipótese é remota à luz da lei nacional, mas há muitas histórias de acidentes para contar...
O corpo sai da terra dorido e os olhos semicerrados para não cegar. São abertos devagarinho, ao mesmo tempo que o corpo estica a vontade de chegar a casa. A luz invade-lhes de novo a vida que entendem como "normal".
Se o dia correr bem, depois das oito horas diárias em turnos onde os dias são sempre noites, abraçam as famílias, mas pouco falam de trabalho. Se o dia correr mal, choram, mas também não contam o que sofreram no interior da terra. "Somos muito unidos e o que acontece na mina, lá fica... Preferimos não preocupar as famílias", confidencia Jacinto Anacleto, mineiro em Neves Corvo e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), que levanta a voz para defender a necessidade de uma maior preocupação governamental no que respeita às condições de trabalho.
Só desde o início do ano ocorreram nas três minas de extracção de minério em actividade em Portugal 134 acidentes: Panasqueira (50) Aljustrel (44) e Neves Corvo (40). Lamentam-se duas mortes. "Na maioria não são acidentes graves, mas em muitos casos os trabalhadores são obrigados a ficar de baixa médica e outros impossibilitados de trabalhar para sempre", salienta.
Aliás, quase todos os mineiros têm um susto para contar: aquele momento em que ouviram o deslizar das areias por cima das suas cabeças ou um outro em que não conseguiram acudir a um companheiro. Apesar dos meios de segurança serem cada vez mais exigentes e eficientes, o recente episódio na mina de San José, no Chile, que aprisionou 33 mineiros depois de um desabamento que lhes barrou o único contacto com o exterior, veio recolocar na ordem do dia a questão das condições de segurança nas minas.
"Estamos a falar de um trabalho específico e que acarreta muitos riscos. A terra não avisa quando cai. Esta não é uma profissão qualquer. Vivemos sob um perigo iminente", salienta José Maria Isidoro, do STIM e mineiro na Panasqueira.
Para além de maior inspecção e manutenção, o sindicato defende ainda uma formação mais activa e pensada. "O curso de mineiro demora pouco mais de três meses e após esse período os homens são enviados para baixo, muitas vezes, cheios de inseguranças e sem conhecerem bem a realidade de uma mina", diz, Jacinto Anacleto, que trabalha a setecentos metros de profundidade.
Em todo o caso e apesar dos problemas que as minas nacionais têm registado, o sindicalista afasta, desde logo, um cenário semelhante ao que está a suceder no Chile. "A Lei portuguesa não permite que uma mina tenha apenas uma entrada. Pelo menos, têm de existir duas. O socorro é logo mais facilitado", garante, mostrando-se sensibilizado para com os companheiros chilenos, que desde Agosto estão presos a setecentos metros de profundidade e que a partir desta semana poderão voltar a ver a luz do dia: "Sinto como se fosse connosco. Só queremos que sejam salvos!".
Fonte: Jornal de Notícias (10 de Outubro de 2010).
A este respeito, partilho ainda esta reportagem da SIC de 15 de Setembro de 2010, que recorda as memórias dos mineiros portugueses:
Sunday, October 10, 2010
Trabalhos de risco elevado - Indonésia - exploração de enxofre
Wednesday, October 6, 2010
Manutenção Segura - Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho
Manutenção é um termo genérico de uma variedade de tarefas em diferentes sectores e em todos os tipos de ambientes de trabalho. As actividades de manutenção incluem:
- Inspecção
- Teste
- Medição
- Calibração
- Substituição
- Ajuste
- Reparação
- Conservação
- Detecção de avarias
- Substituição de peças
- Assistência
- Lubrificação
- Limpeza
A manutenção é extremamente importante para garantir uma produtividade contínua, produzir bens de alta qualidade e manter a competitividade de uma empresa. Tem ainda impacto na segurança e saúde no trabalho.
Em primeiro lugar, uma boa manutenção preventiva é essencial para manter a segurança e fiabilidade do equipamento, das máquinas e do ambiente de trabalho.
Seguidamente, pelo facto desta ser realizada em todos os sectores e em todos os locais de trabalho, os trabalhadores que a executam têm maior probabilidade de exposição a vários perigos do que os restantes trabalhadores (a manutenção é considerada uma actividade de alto risco). Por este motivo é necessário ter em consideração a segurança, tanto dos trabalhadores que a praticam e como das restantes pessoas que estão presentes no local de trabalho, através de protecção adequada.
A manutenção segura será o foco da Semana Europeia da Segurança e Saúde no Trabalho de 2010, que terá lugar de 25 a 29 de Outubro e incluirá centenas de conferências, exposições e sessões de formação em toda a Europa.
Aceda à apresentação de diapositivos da campanha:
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Saiba como participar.
Monday, October 4, 2010
Sinistralidade laboral em Portugal - resultados do estudo
Em termos metodológicos, construímos um inquérito por questionário de auto-aplicação que colocámos online. São as informações recolhidas deste modo que constituem o substrato para apresentação e discussão dos resultados.
Estamos cientes das limitações decorrentes da metodologia e do número de respondentes validados (50), pelo que este estudo tem uma natureza exploratória e os seus resultados são apenas válidos para estes respondentes, podendo eventualmente fornecer pistas em relação à sensibilidade dos portugueses em relação a esta temática.
Caracterização dos respondentes
Este estudo conta com a participação válida de 50 pessoas, cuja distribuição por sexo identificou 24 homens e 26 mulheres.
Responderam ao inquérito pessoas entre os 15 e os 50 anos, sendo que a média da idade dos inquiridos foi 28,7 anos. Em relação à escolaridade, 76% dos respondentes apresenta formação superior.
Admite-se algum enviesamento nos resultados que decorre desta situação, e do facto do questionário ser respondido online, pelo que apenas indivíduos com apetência, e acesso a sistemas informáticos e à internet poderiam fazer parte dos respondentes. De realçar ainda o condicionamento decorrente do “sitio” onde o inquérito foi disponibilizado (este blog), sendo o acesso possível via twitter, linked in, e o próprio blog. Ora, este facto torna mais provável que pelo menos alguns respondentes estejam directa ou indirectamente ligados à problemática da Higiene e Segurança.
Dados mais relevantes
Uma das questões apresentadas, reportava ao sector profissional com maior incidência de acidentes mortais
Gráfico 1 – Distribuição dos acidentes de trabalho mortais em Portugal por sectores de actividadeA profissão identificada como a que susceptível de maior risco de sinistralidade é a de operário da construção civil (48%), seguida da de operário pirotécnico (18%), operário metalúrgico (12%), e mineiro (10%). Também neste caso não se verificaram grandes discrepâncias relativamente aos dados oficiais.
Gráfico 2 – Profissões com maior risco de sinistralidade
Gráfico 3 – Principais Causas de morte
Embora neste caso não possamos confrontar os dados com estatísticas, o facto é que estes resultados vão de encontro aos princípios gerais da prevenção e “legitimam” a obrigatoriedade da formação em Higiene e Segurança e o reforço da fiscalização que se tem verificado nos últimos anos.
Gráfico 4 – Medidas prioritárias para diminuir a sinistralidade laboral
Agradecemos a todos os que participaram no estudo!
Autores:
Mariana Santos
Mickael Silva
Rute Brites